O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou na manhã desta sexta-feira (18) após ser alvo de uma nova operação da Polícia Federal (PF). O ex-chefe do Executivo classificou a ação como política e negou que estivesse planejando deixar o país.”O PGR (Procuradoria-Geral da República) foi além do que viu no inquérito, me botou no 8 janeiro, mas não tem prova de nada. Um golpe num domingo, um golpe sem Forças Armadas, sem armas, um golpe realmente difícil. O inquérito do golpe é um…
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou na manhã desta sexta-feira (18) após ser alvo de uma nova
operação da Polícia Federal (PF). O ex-chefe do Executivo classificou a ação como política e negou que estivesse planejando deixar o país.
“O PGR (Procuradoria-Geral da República) foi além do que viu no inquérito, me botou no 8 janeiro, mas não tem prova de nada. Um golpe num domingo, um golpe sem Forças Armadas, sem armas, um golpe realmente difícil. O inquérito do golpe é um inquérito político, nada de concreto existe ali”, disse.
“Agora o julgamento eu espero que seja técnico e não político. No mais, nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei ir para embaixada, mas as cautelares são em função disso. Eu não posso me aproximar de embaixada, eu tenho horário para ficar na rua, e no meu entender o objetivo é uma suprema humilhação, esse é o objetivo”, afirmou em reação à suspeita da PF de que ele articulava uma eventual fuga.
“Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem. Nada me coloca em um plano golpista”, acrescentou. “A suspeita é um exagero. Eu sou um ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade”, continuou.
É um novo inquérito do meu filho Eduardo, pela acusação são 12 anos de cadeia contra ele. Acredito que Eduardo vai continuar nos EUA, se ele vier para cá vai ter problemas”, disse.
Bolsonaro também disse que um possível recurso a organismos internacionais vai depender da sua equipe jurídica. “Nada me coloca num plano golpista, que não existiu”, declarou.
Sobre a
apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na sua casa, no bairro do Jardim Botânico, em Brasília, Bolsonaro disse que sempre guardou dólar em casa, e que pode comprovar a origem de todo o dinheiro.
Já no estacionamento do prédio onde fica a sede do Partido Liberal, para onde ele foi após passagem na Seap para colocar a tornozeleira, o ex-presidente disse que não sabia de pen drive no banheiro e que vai perguntar a Michelle se é dela.
“Eu nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa pra mexer com pen drive. A gente fica preocupado com isso. Se tivesse algo comprometedor… não sou bandido, mas se tivesse, ficaria lá à disposição?”, indagou.
Questionado se ele estava sugerindo que o objeto foi implantado pela polícia, Bolsonaro negou: “Não estou sugerindo nada. Estou é surpreso. Vou perguntar pra minha esposa se o pen drive era dela”.
Pelas medidas impostas por Moraes, além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de deixar a comarca do Distrito Federal, deve ficar em recolhimento domiciliar entre as 19h e às 6h, e integralmente nos finais de semana. Ele também não pode acessar as redes sociais ou se comunicar com seu filho Eduardo ou embaixadores e diplomatas de outros países.
Em nota, a defesa afirmou ter recebido “com surpresa e indignação” a imposição de medidas cautelares contra o ex-presidente. Os advogados classificaram as medidas de “severas” e alegaram que, até o presente momento, o ex-presidente “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”.
A equipe jurídica de Bolsonaro ainda disse que vai se pronunciar “oportunamente” e informou ainda não conhecer a decisão judicial.
A PF apontou que o líder da direita no Brasil tem atuado para dificultar o julgamento do processo do golpe e disse que as ações poderiam caracterizar crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
Além das novas medidas restritivas, Bolsonaro segue com o passaporte retido. Desde fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, da PF, o ex-presidente está sem o documento.
O ex-presidente tentou recuperá-lo em quatro ocasiões, mas todos os pedidos formulados por sua defesa para a devolução do documento foram negados por Alexandre de Moraes.