A determinação de Moraes foi publicada um dia após a Alerj se posicionar favorável à libertação de Bacellar. Ao todo, 42 deputados estaduais votaram pela soltura do colega de plenário, enquanto 21 foram contra o relaxamento da prisão.

Ainda segundo a decisão, Bacellar está proibido de se comunicar com outros investigados no inquérito. Ele também deverá entregar o passaporte, e sua licença de porte de arma foi suspensa. Com o uso da tornozeleira, o deputado deverá permanecer em casa das 19h às 6h.

O parlamentar foi afastado da presidência da Alerj, mas seguirá exercendo suas funções como deputado estadual. Conforme determinação de Moraes, ele poderá, excepcionalmente, ultrapassar o horário das 19h do recolhimento domiciliar noturno de segunda a sexta-feira, caso seja necessário para participar de sessões ou votações da Casa. Nesses casos, deverá justificar ao STF, de forma comprovada, em até 24 horas.
Bacellar está detido na sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, desde o último dia 3. Agora, aguarda a expedição do alvará de soltura para colocar o equipamento eletrônico.
Entenda a prisão
O deputado estadual era alvo da Operação Unha e Carne contra vazamento de informações sigilosas de uma investigação que prendeu o então parlamentar Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, em setembro.
De acordo com a PF, a ação mira agentes públicos envolvidos no vazamento que levou à obstrução da investigação da Operação Zargun, que prendeu TH Joias, por usar o mandato de deputado estadual, do qual foi destituído, para intermediar a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados a comunidades controladas pelo Comando Vermelho (CV).
No pedido de prisão, a PF apresentou provas que apontam uma relação estreita entre o Bacellar e TH Joias. Em trocas de mensagens, TH se refere ao deputado como ’01’ e inclui o telefone dele em uma lista de “comunicação urgente”.
Quem é Rodrigo Bacellar
Rodrigo Bacellar está no segundo mandato como presidente da Alerj, reeleito por unanimidade em fevereiro deste ano. O parlamentar lançou sua primeira candidatura pelo Solidariedade (SD) em 2018, tendo sido eleito com 26.135 votos e reeleito em 2022 pelo Partido Liberal (PL), com 97.822. Em março de 2024, se filiou ao União Brasil. Entre 2007 e 2009, foi assessor da Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE/RJ), e de 2009 a 2011, presidente da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte).