Numa jogada estratégica que promete agitar o mercado, Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) anunciaram, na última terça-feira (18), uma parceria que une duas das maiores varejistas do Brasil. O objetivo? Enfrentar a crescente influência de concorrentes internacionais no e-commerce.A colaboração, que visa expandir a oferta de produtos, melhorar as condições de entrega e reduzir custos logísticos, é vista como uma estratégia promissora, com resultados esperados a longo prazo….
Numa jogada estratégica que promete agitar o mercado, Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) anunciaram, na última terça-feira (18), uma parceria que une duas das maiores varejistas do Brasil. O objetivo? Enfrentar a crescente influência de concorrentes internacionais no e-commerce.
A colaboração, que visa expandir a oferta de produtos, melhorar as condições de entrega e reduzir custos logísticos, é vista como uma estratégia promissora, com resultados esperados a longo prazo. Magazine Luiza e Americanas, respectivamente o quinto e oitavo maiores marketplaces do país, segundo dados da Conversion, darão início a um acordo inédito no Brasil, onde produtos de seus estoques próprios serão vendidos em ambas as plataformas digitais.
Segundo as empresas, a ideia é complementar o mix de produtos, aproveitando as categorias em que cada uma se destaca. A Magalu focará em linha branca, áudio e vídeo, telefonia, móveis e portáteis, enquanto a Americanas oferecerá bomboniere, alimentos, limpeza, higiene pessoal, utilidades domésticas e escritório.
Admar Corrêa, diretor executivo da Peers Consulting + Technology, destaca que essa parceria reflete uma mudança no comportamento de consumo desde a pandemia. A variedade de produtos comprados online aumentou, incluindo itens como bomboniere e alimentos, que antes eram menos comuns.
Para Corrêa, a parceria tem o potencial de impactar três elementos-chave da concorrência no varejo online: preço, prazo de entrega e credibilidade. O CEO da Conversion concorda, afirmando que a integração é um movimento relevante para o e-commerce brasileiro e que deve acirrar a disputa pelas primeiras posições no ranking.
O Impacto da Parceria
A união entre Americanas e Magazine Luiza pode trazer preços mais competitivos e melhores prazos de entrega, graças ao poder de barganha e à capilaridade das lojas físicas, que funcionam como centros de distribuição. Frederico Trajano, CEO do Magalu, ressaltou que a atuação conjunta fortalece a operação omnichannel, integrando as lojas físicas da Americanas ao marketplace do Magalu.
“Não só temos portfólios absolutamente complementares, que irão beneficiar o consumidor, como essa atuação conjunta fortalece a nossa operação omnichannel ao integrar as lojas físicas da Americanas ao nosso marketplace” – disse Frederico Trajano, CEO do Magalu, em nota.
Concorrência com Gigantes Estrangeiros
A parceria surge em um momento crucial, em que gigantes internacionais como Mercado Livre (MELI34) e Amazon (AMZO34) investem pesado para aumentar sua presença no Brasil e aprimorar a velocidade de entrega. Ambas as empresas estão investindo bilhões na expansão logística.
O acordo entre Magalu e Americanas, ainda em fase piloto, inclui produtos de 50 lojas físicas de 15 capitais brasileiras da Americanas na plataforma digital do Magazine Luiza, utilizando a modalidade ship from store. Essa estratégia permite que as lojas funcionem como centros de distribuição, enviando os produtos diretamente aos clientes. Em contrapartida, os produtos de venda direta da Magalu serão oferecidos no e-commerce da Americanas.
Desafios e Oportunidades
Apesar dos benefícios, Ulysses Reis, professor de varejo da Strong Business School, aponta que a estratégia de ship from store pode acarretar custos adicionais, como a necessidade de pessoal para emissão de notas e preparação dos produtos. No entanto, a parceria representa um caminho de menor risco em um cenário de juros altos, que dificultam movimentos de consolidação por meio de fusões e aquisições.
Em outubro de 2024, o Magazine Luiza já havia anunciado uma parceria com o AliExpress, do grupo chinês Alibaba. Neste ano, um acordo permitiu que eletrodomésticos, eletrônicos e móveis do Grupo Casas Bahia pudessem ser vendidos no Mercado Livre.
“São caminhos de menor risco. Essas parcerias são boas porque servem como teste. Uma coisa é a tese de uma loja única, outra é testar, ver de quanto é o incremento em volume e tráfego” – explica Admar Corrêa, diretor executivo da Peers Consulting + Technology.
Para Corrêa, o mercado está em uma corrida de velocidade, onde a capacidade de gerar diferenciais competitivos rapidamente é crucial. A parceria entre Magazine Luiza e Americanas surge como uma alternativa estratégica para acelerar esse processo e fortalecer a posição das empresas no mercado brasileiro.
