A trajetória de Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo e ex-deputado federal, continua a ser marcada por controvérsias, mesmo décadas após sua gestão (1993-1996). Recentemente, familiares assinaram acordos para devolver R$ 210 milhões aos cofres municipais, mas o levantamento do GLOBO revela que as ações contra o político podem gerar multas superiores a R$ 2 bilhões.Grande parte desse valor, cerca de R$ 1,5 bilhão, está relacionada a desvios nas obras do túnel Ayrton Senna e do… 
A trajetória de Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo e ex-deputado federal, continua a ser marcada por controvérsias, mesmo décadas após sua gestão (1993-1996). Recentemente, familiares assinaram acordos para devolver R$ 210 milhões aos cofres municipais, mas o levantamento do GLOBO revela que as ações contra o político podem gerar multas superiores a R$ 2 bilhões.
Grande parte desse valor, cerca de R$ 1,5 bilhão, está relacionada a desvios nas obras do túnel Ayrton Senna e do prolongamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho. O Ministério Público aponta um esquema de desvio de mais de US$ 300 milhões, com recursos enviados para diversos países.
No âmbito criminal, Maluf já cumpriu pena de 7 anos e 9 meses de prisão. No entanto, a ação civil movida pelo MP paulista ainda não teve um desfecho, mesmo após o acordo com seus familiares. A procuradora-geral do Município, Luciana SantAna Nardi, destaca que a ação foi mantida porque o ex-prefeito nunca buscou um acordo.
Futuras Cobranças
O promotor Silvio Antonio Marques, figura chave nas ações contra Maluf, critica a demora nos processos e reafirma o compromisso de recuperar os recursos desviados, independentemente da idade avançada do ex-prefeito (93 anos). Ele ressalta que quase R$ 1 bilhão já foi recuperado em acordos anteriores.
Em outra ação, Maluf foi condenado a pagar R$ 417 milhões por usar um símbolo de suas campanhas eleitorais enquanto era prefeito. A Procuradoria-Geral do Município solicitou a penhora de 19 imóveis da família para garantir o pagamento.
A defesa de Maluf não se pronunciou, mas o advogado de seus familiares, Eduardo Diamantino, afirmou que o acordo foi assinado voluntariamente para encerrar as demandas judiciais.
O Legado de Celso Pitta
Celso Pitta, sucessor de Paulo Maluf e ex-secretário de Finanças, faleceu em 2009, mas seu espólio ainda enfrenta ações judiciais. Seus herdeiros respondem em seu nome, e a Justiça de São Paulo avalia declarar o espólio insolvente, devido às inúmeras condenações.
Essa decisão pode encerrar o inventário de Pitta e excluí-lo das cobranças judiciais que se arrastam por três décadas, marcando o fim de um capítulo na história política e judicial de São Paulo.
