Sabe quando você usa o Google Maps ou o Waze para encontrar o melhor caminho? Pois é, o GPS (Sistema de Posicionamento Global) vai muito além de nos guiar no trânsito. Ele está presente em aviões, plataformas de petróleo, tratores modernos e até no seu celular, transformando a forma como vivemos e trabalhamos.Na agricultura, por exemplo, o uso de GPS permite que os agricultores conheçam a produtividade do solo metro a metro. Já nas cidades, empresas de rastreamento monitoram frotas de
Sabe quando você usa o Google Maps ou o Waze para encontrar o melhor caminho? Pois é, o GPS (Sistema de Posicionamento Global) vai muito além de nos guiar no trânsito. Ele está presente em aviões, plataformas de petróleo, tratores modernos e até no seu celular, transformando a forma como vivemos e trabalhamos.
Na agricultura, por exemplo, o uso de GPS permite que os agricultores conheçam a produtividade do solo metro a metro. Já nas cidades, empresas de rastreamento monitoram frotas de veículos e até o trajeto de vans escolares, garantindo a segurança dos passageiros.
A onipresença dos smartphones
Com mais smartphones do que habitantes no Brasil, praticamente ninguém escapa da vigilância. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, são 258 milhões de celulares em uso no país, o que dá uma média de 1,2 aparelho por pessoa. Essa onipresença levanta questões importantes sobre privacidade e segurança.
Afinal, o que acontece com todos esses dados de localização? Quem tem acesso a eles e como eles são utilizados? A possibilidade de monitorar cada passo de um indivíduo abre um leque de oportunidades para governos, empresas e até mesmo criminosos.
Big Brother Geopolítico
Imagine a seguinte situação: o encontro secreto de dois amantes sendo monitorado em tempo real. Parece cena de filme, mas é uma possibilidade real com a tecnologia atual. Dá para saber o local, horário, frequência e até o tempo de permanência juntos. O que era para ser um momento íntimo pode se transformar em uma questão de segurança nacional.
Afinal, quanto vale um casamento no palco dos interesses internacionais? A indiscrição de um Big Brother se torna ainda mais preocupante quando se trata de autoridades como presidentes, ministros, generais e governadores. Até mesmo um juiz de uma pequena comarca no interior do Piauí pode ser um alvo interessante, caso tenha em suas mãos um processo de interesse para alguém.
As possibilidades de uso do GPS para fins de espionagem e controle são inúmeras. Uma disputa de terras, o julgamento de uma licitação estratégica para a infraestrutura do Estado… Tudo pode ser monitorado e usado para fins escusos.
A alternativa chinesa
Diante desse cenário, a China decidiu construir seu próprio sistema de GPS, o BeiDou Navigation Satellite System (BDS). A implantação da última fase aconteceu em 2020, após oito anos de trabalho. O sistema utiliza satélites em três órbitas diferentes e, segundo o governo chinês, atende a múltiplos usos, desde transportes e agricultura até segurança pública e “necessidades de segurança nacional” da China.
Afinal, em um mundo cada vez mais conectado e monitorado, quem controla os dados de localização detém um poder imenso. Resta saber como esse poder será utilizado e quais serão as consequências para a nossa privacidade e liberdade.