Já ouviu aquela reclamação de que “tá faltando homem no mercado”? Pois bem, os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) parecem dar razão a essa queixa, principalmente para as mulheres com mais de 40 anos. Segundo a PNAD Contínua 2024, divulgada nesta sexta-feira, 22, existem apenas 92 homens para cada 100 mulheres no Brasil. Uma diferença que chama a atenção e levanta algumas questões.E não para por aí! Em alguns lugares, a situação é ainda mais…
Já ouviu aquela reclamação de que “tá faltando homem no mercado”? Pois bem, os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) parecem dar razão a essa queixa, principalmente para as mulheres com mais de 40 anos. Segundo a PNAD Contínua 2024, divulgada nesta sexta-feira, 22, existem apenas 92 homens para cada 100 mulheres no Brasil. Uma diferença que chama a atenção e levanta algumas questões.
E não para por aí! Em alguns lugares, a situação é ainda mais notável. No Rio de Janeiro, por exemplo, na faixa etária acima de 60 anos, a proporção cai para 70 homens para cada 100 mulheres. Já em São Paulo, são 77 homens para o mesmo grupo de 100 mulheres. Os dados do Censo de 2022 já mostravam essa disparidade, com 104.548.325 mulheres e 98.532.431 homens no país uma diferença de cerca de 6 milhões!
Por que essa diferença?
Demógrafos apontam que as chamadas “causas externas”, como acidentes graves e violência urbana, que infelizmente vitimam mais homens, e o fato de as mulheres geralmente cuidarem mais da saúde, são fatores que contribuem para essa diferença. É algo que se observa ao longo do tempo, como mostra a série histórica da PNAD. Desde 2012, a população brasileira já apresentava essa característica, com uma proporção de 48,9% de homens e 51,1% de mulheres, mantendo-se relativamente estável até 2024.
Interessante notar que, biologicamente, nascem mais homens do que mulheres uma diferença de 3% a 5%. No entanto, essa proporção se inverte a partir dos 24 anos, quando a população feminina ultrapassa a masculina. Entre os jovens adultos, a mortalidade masculina é maior devido a causas não naturais, como violência e acidentes. Além disso, a expectativa de vida das mulheres tende a ser maior, pois elas costumam se cuidar mais, se alimentar melhor e ir mais ao médico. Com o envelhecimento da população brasileira e a redução das taxas de natalidade, essa diferença se torna ainda mais evidente.
“Nascem mais homens do que mulheres, mas, ao longo da vida, os homens tendem a morrer mais cedo, sobretudo por mortes violentas e acidentes” – explicou o analista do IBGE William Kratochwill.
“Por outro lado, as mulheres têm longevidade maior porque tendem a se cuidar mais.” – concluiu Kratochwill.
Essa tendência se repete em quase todos os estados brasileiros, com exceção de Tocantins e Santa Catarina, onde a proporção de homens é ligeiramente superior. Em algumas regiões, a oferta de trabalho em setores como mineração e agronegócio pode influenciar essa proporção.
Mas nem tudo está perdido! Segundo Paul Dolan, professor de Ciência Comportamental da London School of Economics, mulheres solteiras e sem filhos tendem a ser mais felizes e saudáveis do que as casadas. Ele argumenta que os homens se beneficiam mais do casamento, pois passam a se cuidar melhor e ter mais apoio emocional, enquanto as mulheres podem se sentir sobrecarregadas com as responsabilidades domésticas e profissionais.
