Cortes na Selic: Impacto no setor de petróleo e as apostas de especialistas

 A recente discussão sobre possíveis cortes na taxa Selic reacendeu o debate sobre os impactos no mercado financeiro, em especial para o setor de petróleo. Historiamente, a redução da Selic tem influenciado positivamente o Ibovespa, impulsionando empresas de grande peso, como Vale e Petrobras, notavelmente em 2009 e 2016.Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, relembra que, em 2009, após a crise global, o Banco Central reduziu a Selic de 13,75% para 8,75% em pouco mais de um ano,… 

A recente discussão sobre possíveis cortes na taxa Selic reacendeu o debate sobre os impactos no mercado financeiro, em especial para o setor de petróleo. Historiamente, a redução da Selic tem influenciado positivamente o Ibovespa, impulsionando empresas de grande peso, como Vale e Petrobras, notavelmente em 2009 e 2016.

Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, relembra que, em 2009, após a crise global, o Banco Central reduziu a Selic de 13,75% para 8,75% em pouco mais de um ano, impulsionando o mercado. Em 2016, após o início do ciclo de afrouxamento monetário, houve um ganho expressivo de 52,39% em 12 meses.

O Cenário Atual e as Perspectivas para o Setor de Petróleo

Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, aponta que a queda de juros tende a ser um catalisador para o setor de petróleo. A redução no custo de capital pode favorecer empresas com planos de expansão ou altos níveis de endividamento. Além disso, um ambiente de juros mais baixos geralmente aumenta o apetite por risco dos investidores, beneficiando ações de setores cíclicos e ligados a commodities.

Em um ambiente de juros mais baixos há uma reprecificação de ativos reais e um fluxo maior para empresas que geram caixa robusto e distribuem bons dividendos, características que muitas petroleiras brasileiras oferecem” – explicou o CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha.

Contudo, nem tudo são flores. Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Investimentos, adverte que o mercado está pessimista com o petróleo, prevendo uma produção elevada e demanda menor para o próximo ano. Essa combinação pode neutralizar os efeitos positivos da queda de juros.

A Opep+, inclusive, elevou a produção, indicando uma possível estratégia para ajudar no controle da inflação nos Estados Unidos ou para penalizar países que excedem suas cotas de produção.

Estratégias de Investimento e Recomendações

Apesar das incertezas, Paulo Cunha recomenda cautela e diversificação na carteira de investimentos. Ele observa que o setor de petróleo ainda negocia com desconto em relação a outros ciclos, mesmo apresentando fundamentos sólidos, como margens elevadas e distribuição de dividendos.

Para Cunha, a Petrobras se destaca pelo tamanho e geração de caixa. Já a 3R Petroleum, em fase de crescimento, pode se beneficiar do menor custo de capital. A PetroRio, focada em eficiência operacional, pode ganhar com um mercado mais propenso ao risco.

Bruce Barbosa, por sua vez, acredita que as empresas com grande crescimento de produção e custo de extração elevado são as mais promissoras. Ele cita a PetroRio como um exemplo, destacando seu potencial de crescimento e a superação de desafios recentes.

Diante desse cenário, a queda da Selic pode impulsionar o setor de petróleo, mas é crucial considerar outros fatores, como o cenário internacional, o preço do petróleo e as estratégias das empresas. A diversificação e a análise criteriosa são fundamentais para o investidor que busca oportunidades nesse mercado.