Desde a posse de Samir Xaud na presidência da CBF, algumas mudanças internas são notáveis. O clima organizacional parece ter melhorado, com o fim de práticas como câmeras escondidas e seguranças nos corredores, implementadas na gestão anterior de Ednaldo Rodrigues. Funcionários relatam um ambiente mais harmonioso, mas nem tudo são flores.Uma das principais queixas dos colaboradores é a descentralização das decisões. Anteriormente, Ednaldo Rodrigues centralizava as decisões,…
Desde a posse de Samir Xaud na presidência da CBF, algumas mudanças internas são notáveis. O clima organizacional parece ter melhorado, com o fim de práticas como câmeras escondidas e seguranças nos corredores, implementadas na gestão anterior de Ednaldo Rodrigues. Funcionários relatam um ambiente mais harmonioso, mas nem tudo são flores.
Uma das principais queixas dos colaboradores é a descentralização das decisões. Anteriormente, Ednaldo Rodrigues centralizava as decisões, agilizando processos, mesmo que de forma considerada “pouco burocrática”. Agora, as decisões são tomadas por um “colegiado” que inclui vice-presidentes como Gustavo Dias Henrique e Flávio Zveiter. Essa descentralização, embora possa parecer positiva, gera confusão, pois os colaboradores não sabem a quem direcionar suas demandas.
Influências e Reestruturações
Além disso, fontes internas da CBF relatam que figuras ligadas ao IDP, que administra a CBF Academy e tem Gilmar Mendes como ministro do STF, continuam a exercer influência nas decisões da entidade. A reestruturação interna ainda está em andamento, com a definição de novos nomes para a diretoria ocorrendo gradualmente, mesmo após dois meses da eleição do novo presidente.
A relação de Samir Xaud com os clubes também enfrenta desafios. Sua ida à Copa do Mundo de Clubes gerou imagens positivas, mas o relacionamento com alguns times permanece tenso. Um exemplo é o Fluminense, cujo presidente, Mário Bittencourt, expressou descontentamento com a ausência de Xaud em jogos importantes do clube no Mundial. Apesar de Xaud ter retornado ao Brasil para inaugurar centros de desenvolvimento do futebol no norte do país, o Fluminense sentiu-se desprestigiado.
A dificuldade de Samir Xaud em se relacionar com os clubes é vista como um entrave para sua gestão. Clubes da série A, com exceção de Palmeiras, Vasco, Grêmio e Botafogo, boicotaram sua eleição e apoiaram a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol (FPF). Embora Xaud tenha se aproximado de clubes de divisões inferiores e aberto espaço para nomes indicados pela Comissão Nacional de Clubes, a relação ainda não é ideal.
Medidas e Perspectivas
A gestão de Samir Xaud já anunciou medidas importantes, como a redução dos estaduais para 10 datas no calendário, o que gerou críticas da FPF e de clubes menores. No entanto, um projeto de expansão das divisões inferiores pode amenizar essa questão. Recentemente, representantes de clubes da Série D se reuniram na CBF para discutir a possível ampliação da última divisão nacional ou a criação da Série E.
A gestão de Samir Xaud terá importantes desafios pela frente, como resolver processos trabalhistas pendentes e se reaproximar dos clubes. Além disso, precisará dar andamento a projetos cruciais para o futebol brasileiro, como o estabelecimento do fair play financeiro e a profissionalização da arbitragem. O desempenho de Carlo Ancelotti na Seleção Brasileira poderá trazer tranquilidade para a CBF planejar seu futuro.