Bancos Brasileiros Enfrentam Turbulência Após Decisão de Flávio Dino no STF

 A semana entre 18 e 22 de agosto foi de altos e baixos para os cinco maiores bancos listados na B3. Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), lançou dúvidas sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil, gerando um impacto considerável no mercado financeiro.A princípio, o valor de mercado combinado dessas instituições bancárias sofreu um baque de R$ 42 bilhões na terça-feira (22), chegando ao pico de R$ 46,3 bilhões na quinta-feira (21). O temor era… 

A semana entre 18 e 22 de agosto foi de altos e baixos para os cinco maiores bancos listados na B3. Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), lançou dúvidas sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil, gerando um impacto considerável no mercado financeiro.

A princípio, o valor de mercado combinado dessas instituições bancárias sofreu um baque de R$ 42 bilhões na terça-feira (22), chegando ao pico de R$ 46,3 bilhões na quinta-feira (21). O temor era que os bancos brasileiros se encontrassem em uma situação delicada: cumprir as ordens judiciais brasileiras, que afastam as sanções internacionais, ou obedecer às restrições externas, enfrentando questionamentos em nível local.

Na sexta-feira (23), o cenário apresentou uma melhora, impulsionada pelo alívio global após declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Essa mudança de humor no mercado ajudou o setor bancário a reduzir parte das perdas. No entanto, ao final da semana, o saldo negativo ainda era de R$ 18,7 bilhões, conforme levantamento da consultoria Elos Ayta, em comparação com o fechamento da segunda-feira (18), quando o mercado ainda não havia precificado a medida.

Os dados da Elos Ayta revelaram um desempenho misto entre os bancos. O Santander Brasil (SANB11) chegou a apresentar alta, enquanto o Bradesco (BBDC4) ficou praticamente estável. Já o Itaú Unibanco (ITUB4) registrou um recuo de mais de 1%, o Banco do Brasil (BBAS3) quase 3%, e o BTG Pactual (BPAC11) liderou as perdas, com mais de 5%.

Perdas Consolidadas dos Maiores Bancos do País

Confira as perdas consolidadas dos maiores bancos do país após a decisão de Dino (de 18 a 22/08):

  • Itaú Unibanco (ITUB4): caiu de R$ 385,3 bilhões para R$ 381,2 bilhões, perda de R$ 4,1 bilhões (-1,1%).
  • Bradesco (BBDC4): saiu de R$ 160,5 bilhões para R$ 160,1 bilhões, recuo de R$ 0,4 bilhões (-0,3%).
  • Banco do Brasil (BBAS3): passou de R$ 120,3 bilhões para R$ 117,0 bilhões, perda de R$ 3,3 bilhões (-2,7%).
  • Santander Brasil (SANB11): destoou dos pares, subindo de R$ 100,9 bilhões para R$ 101,6 bilhões, alta de R$ 0,7 bilhões (+0,7%).
  • BTG Pactual (BPAC11): foi o destaque negativo: de R$ 228,7 bilhões para R$ 217,0 bilhões, queda de R$ 11,7 bilhões (-5,1%).

O Banco do Brasil se encontra em uma posição particularmente delicada devido à sua natureza parcialmente estatal, o que o torna mais suscetível a pressões políticas e institucionais. Além disso, sua função estratégica como responsável pela folha de pagamento dos servidores federais aumenta o risco reputacional, colocando-o no centro de uma possível disputa diplomática entre Brasil e Estados Unidos.