O maior mutirão de cirurgia plástica reparadora com laser já realizado em Macaé e em todo o estado começou movimentando corredores, equipes médicas e histórias de gente que aguardava há meses por uma chance de recuperar qualidade de vida. A ação segue até domingo e reúne 120 pacientes, atendidos por especialistas que se dividiram entre o Centro de Especialidades Dona Alba e o Hospital Público Municipal, onde as primeiras cirurgias começaram logo cedo, às oito da manhã.A…
A iniciativa, construída com a participação de 20 cirurgiões plásticos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e residentes credenciados, transformou Macaé em polo de tecnologia e solidariedade. Todo o trabalho é voluntário. O foco são dois procedimentos essenciais: a correção da ptose palpebral, que causa queda das pálpebras superiores e compromete a visão, e a retirada de câncer de pele.
A coordenadora do Centro Cirúrgico do Dona Alba, Fernanda Lande, detalha que a operação foi montada como um grande quebra-cabeça logístico. Quatro salas funcionam de forma simultânea no Dona Alba, enquanto outra sala exclusiva reforça o atendimento no HPM. Cada espaço opera cinco pacientes por turno, garantindo alto rendimento sem abrir mão da segurança. O objetivo é claro: reduzir a longa fila da ptose palpebral e acelerar o acesso ao tratamento.
Fernanda explica que esta é a primeira vez no estado do Rio em que um mutirão utiliza laser de CO2 para esse tipo de cirurgia. Para isso, a empresa Ícone Medical emprestou duas máquinas avaliadas em cerca de trezentos mil reais cada, permitindo que todos os pacientes fossem atendidos com tecnologia de ponta.
O diretor técnico do Dona Alba, Marlone Carvalho, lembra que as cirurgias são reparadoras, voltadas para quem enfrenta limitações e riscos reais. Ele destaca a dedicação dos profissionais de outras cidades que vieram por iniciativa própria, somando mais de cem procedimentos em poucos dias.
A secretária Executiva de Atenção Básica, Simone Sales, reforça que o mutirão desafoga a demanda reprimida e garante resultados que impactam diretamente a rotina de muitos moradores. Para a diretora Tânia Ozório, o esforço conjunto mostra o potencial do Dona Alba e valoriza o trabalho silencioso de equipes que atuam nos bastidores.
Entre os pacientes, histórias como a de Hilma Lúcia da Silva dão sentido ao mutirão. A aposentada foi uma das primeiras atendidas e não escondeu a emoção ao finalmente ver sua cirurgia marcada. Ela contou que a queda da pálpebra comprometia seu bem-estar e que agora espera superar esse incômodo.
A organização do mutirão contou com o apoio do secretário de Saúde, Lucas Rodrigues, e da secretária Executiva de Média e Alta Complexidade, Natália Antunes, que acompanharam o planejamento desde os primeiros passos. A expectativa é de que as três jornadas de trabalho deixem um legado de cuidado, acesso ampliado e novas perspectivas para quem precisava do SUS para voltar a enxergar plenamente ou se livrar de lesões provocadas pelo câncer de pele.