Consórcio da Paz: Governadores se unem contra o crime organizado

 Em um movimento articulado para enfrentar os desafios da segurança pública, sete governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil anunciaram, nesta quinta-feira, 30, no Rio de Janeiro, a formação do “Consórcio da Paz”. Esta aliança estratégica visa promover a integração de ações e o compartilhamento de experiências bem-sucedidas entre as administrações estaduais.O lançamento do grupo ocorreu durante uma coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, após uma reunião que… 

Em um movimento articulado para enfrentar os desafios da segurança pública, sete governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil anunciaram, nesta quinta-feira, 30, no Rio de Janeiro, a formação do “Consórcio da Paz”. Esta aliança estratégica visa promover a integração de ações e o compartilhamento de experiências bem-sucedidas entre as administrações estaduais.

O lançamento do grupo ocorreu durante uma coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, após uma reunião que contou com a presença de figuras de destaque como Cláudio Castro, do Rio de Janeiro; Ronaldo Caiado, de Goiás; Romeu Zema, de Minas Gerais; Jorginho Mello, de Santa Catarina; Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul; e Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal. Tarcísio de Freitas, de São Paulo, participou ativamente por videoconferência, demonstrando o engajamento de todos os membros.

União Estratégica Contra o Crime Organizado

Segundo Castro, o objetivo central do consórcio é “dividir experiências, soluções e ações do combate ao crime organizado e da libertação do nosso povo, para que possamos compartilhar ajudas”. O governador propôs que a sede do grupo seja instalada no Rio, funcionando nos moldes de outras parcerias estaduais já existentes no país, visando otimizar a gestão e a coordenação das atividades.

Castro também enfatizou a importância de dar transparência às operações policiais e fortalecer o diálogo institucional. “Recebemos a comissão de segurança da Câmara, onde os deputados perguntaram livremente o que tinha sido a operação”, declarou. Adicionalmente, confirmou um encontro com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, na próxima segunda-feira, 3, para discutir questões relevantes sobre a segurança pública no contexto das favelas cariocas.

Cláudio Castro vai liderar o Consórcio da Paz | Foto: Fernando Frazão/Agê...
Cláudio Castro vai liderar o Consórcio da Paz | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mello explicou que o consórcio permitirá o compartilhamento de informações, pessoal e recursos financeiros entre os Estados, além de realizar compras conjuntas de equipamentos de segurança para reduzir custos. “A ideia é envolver os 27 Estados, se possível for”, espera, mostrando o desejo de expandir a iniciativa para todo o país.

Zema afirmou que a recente operação policial no Rio serviu como catalisador para a união dos Estados. Ele elogiou o trabalho das forças de segurança fluminenses e apontou o consórcio como uma resposta à alegada falta de apoio federal. “O governo federal insiste em não combater a criminalidade”, criticou. Zema também defendeu o reconhecimento das facções criminosas como organizações terroristas, endurecendo o tom contra o crime.

Caiado reforçou que a integração entre Estados busca eliminar fronteiras operacionais e otimizar o uso da inteligência policial. Ele citou o exemplo de ações conjuntas contra o “novo cangaço”, ilustrando a eficácia da cooperação. “Teve um sequestro numa cidade no interior do Mato Grosso e, em dois minutos, estava mobilizada a polícia do Mato Grosso do Sul, de Goiás, do Tocantins e do Pará”, relatou.

Riedel, por sua vez, enfatizou o caráter técnico do consórcio, buscando afastar possíveis conotações políticas. “Não tem uma discussão politizada, tem a necessidade cada vez maior dos Estados trabalharem em conjunto para lidar com um tema que é transnacional”, disse, defendendo a integração de informações sobre o tráfico de drogas e outras atividades criminosas.

Celina Leão expressou sua preocupação com a situação de segurança no país, afirmando que o Brasil “vive uma guerra civil” e defendeu mudanças na legislação. “Se não fizermos uma ajuda mútua e revisitarmos algumas legislações no Congresso Nacional, chegaremos em pouco tempo a um caos cada vez mais ampliado”, alertou. Ela também elogiou a operação no Rio, destacando que foi “calculada, comandada e exitosa, porque não teve vítimas da comunidade”.

Para concluir, Castro reafirmou que a proposta não se trata de um movimento partidário, mas de uma ação cooperativa em prol da segurança. “Não é luta da direita contra a esquerda, é a luta de todos contra o crime organizado”, finalizou, buscando unificar o discurso em torno de um objetivo comum.