Em um discurso impactante na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23), o presidente Lula não economizou palavras ao criticar a postura da comunidade internacional em relação à segurança e aos conflitos armados. Com a experiência de quem acompanha de perto as dinâmicas globais, Lula expressou preocupação com a “equiparação entre a criminalidade e o terrorismo”, defendendo uma abordagem mais estratégica no combate ao tráfico de drogas, que envolva cooperação internacional…
Em um discurso impactante na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23), o presidente Lula não economizou palavras ao criticar a postura da comunidade internacional em relação à segurança e aos conflitos armados. Com a experiência de quem acompanha de perto as dinâmicas globais, Lula expressou preocupação com a “equiparação entre a criminalidade e o terrorismo”, defendendo uma abordagem mais estratégica no combate ao tráfico de drogas, que envolva cooperação internacional para reprimir a lavagem de dinheiro e o comércio de armas.
O presidente foi enfático ao afirmar que “usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento”, uma declaração que ecoa as preocupações de muitos sobre o respeito aos direitos humanos em operações de segurança pública ao redor do mundo.
Lula também não poupou críticas às intervenções militares recentes, que, segundo ele, “causaram danos maiores do que se pretendia evitar, com graves consequências humanitárias”. Uma alfinetada direta à política externa dos Estados Unidos veio com a afirmação de que “é inadmissível que Cuba seja listada como o país que patrocina o terrorismo”, demonstrando um claro posicionamento contrário a essa medida.
Defesa da América Latina e apelo ao diálogo
Na defesa da América Latina, Lula defendeu que “a Venezuela não deve estar fechada” ao diálogo e que “o Haiti tem direito a um futuro livre de violência”, mostrando sua preocupação com a estabilidade e o desenvolvimento da região. Sobre a guerra na Ucrânia, o presidente reiterou que “todos já sabemos que não haverá solução militar” e destacou o papel de iniciativas de mediação, como o recente encontro em Alasta e o grupo de amigos da paz criado por China e Brasil, na busca por uma solução negociada que leve em conta as vítimas e as preocupações de segurança de todas as partes.
Lula finalizou sua fala com uma crítica contundente à escalada do conflito em Gaza e ao impacto sobre a população civil, afirmando que “nenhuma situação é mais emblemática do que o uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina”. Um discurso que, sem dúvida, reacende o debate sobre o papel do Brasil no cenário internacional e a busca por soluções pacíficas para os conflitos globais.
